#notasderodape
- Luan Bonini
- 24 de set. de 2015
- 2 min de leitura
*alguns perguntam: a maconha deve ser legalizada? e a cocaína? o aborto? mas e a vida? ah, sempre a maldita vida! 18h da tarde, não tem uma cerveja na geladeira e o verão paulista chegou antes da hora. grito para Leila se ela quer uma cerveja, ela diz que sim então pego umas moedas em cima da mesa, desço as escadas e escuto ela gritar que vai tomar banho. Leila mora em um bairro nobre, coisa fina, do tipo que os velhos acordam cedo para praticar cooper e as lanchonetes tem grades antimendigo. conheci Leila graças a um amigo em comum que trampava para o pai dela de motorista. o pai dela homem de negócios, algo relacionado com ações e Bolsa de Valores. havia rolado algo entre Leila e meu amigo mas, pelo que ela disse ontem, eram aguas passadas. bem, quem sou eu para discordar? meu amigo era uma boa pessoa e ela também, não queria foder com a vida de nenhum dos dois. entro no mercado e vou direto para a sessão de bebidas. pego um coróti, seis cervejas e um cantina do vale. uma senhora com blusa de babado na filha do mercado, ao ver na tv o julgamento da regularização da maconha pelo Supremo Tribunal Federal, tenta puxar assunto comigo e diz: “cara, eu não sei se eu quero... eu não sei se quero ta na rua e encontrar alguém que vomite na minha frente." - apontando para a tv. abro o coróti que levo no braço, dois reais, três goles, rodo vinte e três vezes na frente dela e vomito. ela fica horrorizada. eu digo: "bom, antes alguém vomitar na sua frente nos Jardins que no Jd. Jaqueline quinze pessoas serem mortas de uma vez só por causa disso. acho que uma pessoa vomitar na sua frente é um preço justo a ser pago." e limpo a boca. acho que sou convincente pois ela não diz mais nada.
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