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"Funkultura"

  • Por Mariana Vieira
  • 15 de set. de 2015
  • 2 min de leitura

Baile Funk - Boquerão do Passeio (foto: reprodução)

Baile Funk - Boquerão do Passeio (foto: reprodução)

Da história do funk algumas pessoas já sabem, surgiu inspirado nas manifestações culturais ocorridas nos Estados Unidos nos anos 60. Do jazz, do R&B, do soul criaram hoje uma mas maiores formas de manifestação cultural da periferia.

O que tanto incomoda nesse ritmo musical?


Com a popularização do funk, o som que antes era tocado somente em bailes funks "fluxos" na periferia agora estava tomando conta das festas de luxo de São Paulo e Rio. Dado esse fato, as grandes redes de mídia tomaram as rédeas da situação criando duas vertentes de respostas ao ritmo que tomava conta e tirava o lugar das boy bands e músicas pop produzidas pela indústria:

[if !supportLists]1- [endif]criminalizaram o funk, trazendo a ideia de que as musicas faziam apologia ao crime, drogas e prostituição;

[if !supportLists]2- criaram novos artistas (brancos) para cantar o mesmo ritmo e fazer músicas vendáveis que possam trazem alguma receita para a indústria pop musical.

A grande ideia a ser observada por trás dessa apropriação cultural e mais do que isso criminalização de um estilo musical, é que, a ideia de que o funk não é cultura não faz sentido nenhum. A CULTURA NÃO É SÓ AQUILO QUE GOSTAMOS. Ela representa um grupo social, que traduz suas experiências, vivências em forma de musica e muitos outros tipos de representações que também são ilustradas de forma marginalizada para a sociedade.

As composições podem ter algum tipo de conteúdo ou não, como qualquer outro tipo de ritmo musical que temos hoje, muitos deles ainda só tentam expressar o cotidiano vivido nas favelas ou expressar o tipo de vida que gostariam de ter.

Ligar o rádio hoje e procurar por alguma produção conteúdo é uma busca incessante. Porém no pop, no rock, nos ritmos cantados e produzidos pela nossa classe média alta feitos para vender ninguém se importa, pois aquele conteúdo não vem das periferias, das situações de marginalidade.

Quando cantores vem fazer show no Brasil e fazem questão de entupir as narinas de cocaína e quase não conseguem finalizar um show, o que é mostrado na televisão é a "INVASÃO DOS BAILES FUNKS"; quando morrem jovens em festival de + R$ 1.000,00 o que mostram na televisão são os funkeiros envolvidos com facções criminosas; quando os cantores americanos pop criam músicas que deturpam a imagem da mulher e a diminuem em uma condição de prostituta subordinada, o que mostram na televisão é a promiscuidade da Valeska Popozuda.

Porquê um é aceito e o outro é marginalizado quando os dois lados tem ideias parecidas e somente perspectivas diferentes ?

Nossa revolução não será televisionada. E o funk é cultura, quer você queira ou não.


 
 
 

Comments


 o MANIFESTo do GUERRILHA URBANA:

 

“Mas onde estão meus semelhantes na TV, nossos irmãos, artistas negros de atitude e expressão” Racionais MC’s

 

O Guerrilha Urbana vai contramão à grande mídia, que frequentemente, distorce os fatos e apresenta uma visão de acordo com quem lhe paga mais. Nosso canal de informação é um coletivo de cultura, arte urbana e comunicação independente colaborativa voltado para a periferia.

 próximos EVENToS: 

 

25/08/2015–30/08/2015  Estéticas das Periferias, arte e cultura nas bordas da metrópole.

 

26/08/2015 – 30/08/2015 Virada Sustentável 2015 – São Paulo

 

29/08/2015 (Sábado) Ocupação Preta no Centro Cultural da Penha Largo do Rosário, 20 Penha

 

29/08/2015 (Sábado) 14h20 Jazz Na Kombi -CCSP, rua vergueiro 1000

 

29/08/2015 (Sábado) 16h – 22h Groove na Batata III – Largo da Batata (Metrô Faria Lima)

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